14 de abril de 2010

Rock para todos

Sabe quando você tem a convicção que um show foi bom? Quando você não vê a hora passar, quando a noite, apesar de ser uma segunda-feira, parece ser de uma sexta ou sábado. Quando você nem se lembra que tem que acordar cedo e trabalhar no dia seguinte. Pois foi um show desse tipo que aconteceu ontem no Taberna Dharma, em Bragança Paulista, com as bandas Shangri-lá (local), Nevilton (Umuarama - PR) e Mini Box Lunar (Macapá - AP).

Encarregados de abrir a noite, o Shangri-lá subiu no palco anunciando um show experimental. Apesar da banda ter dito que teve pouco tempo de ensaio para monta-lo, eles deram conta do recado. Se mostraram uma banda bem versátil, com uma pegada das bandas de rock brasileiras dos anos 80, mesclando baladas como Chuva com canções mais debochadas e irreverentes. Algumas músicas mais antigas do repertório da banda funcionaram muito bem, como Sonho, Luz e Poesia e Trabalho, que encerrou a apresentação dos caras.

Sem deixar o ritmo cair, o Nevilton subiu ao palco e de cara disparou um punhado de riffs matadores, virtuosos e rápidos, que deixaram o público hipnotizado. O vocalista e guitarrista, Nevilton (sim, também é o nome da banda), pode ser considerado um dos guitarristas mais promissores da nova geração. É rápido e não tem medo de arriscar. Com muita disposição, a banda entrou cheia de energia, emendando uma música na outra, não dando tempo para ninguém respirar. Além de tocarem algumas músicas de seu EP, como Pressuposto, tocaram outras como Nas esquinas de Umuarama (homenagem à cidade natal dos rapazes) e Paz e Amores.


Até um um princípio de "forró rock n' roll " rolou, já que os caras estão no clima de sua primeira turnê no nordeste, que rola ainda esse mês. Dá para notar uma certa influência de Los Hermanos no som do Nevilton, mas, ao contrário de muitas bandas que bebem dessa fonte e não vão muito além, eles pegaram as influências que acharam necessárias e seguiram seu próprio caminho, fazendo um som bem mais pesado e pra cima. Convenhamos, não há como não elogiar uma banda que canta "viver em paz com quer que seja / ouvindo música e bebendo cerveja / essa é a vida que eu pedi para Deus / só isso e nada mais".


Última atração da noite, diretamente de Macapá, o Mini Box Lunar mandou seu som diferente, psicodélico, com alguma influência do tropicalismo e folk. Colocaram todo mundo pra dançar no Taberna Dharma, abrindo o show com duas marchinhas. Além de uma música nova (Soda), ainda rolou um cover de Ando meio desligado, do Mutantes. Sem dúvida uma banda bem peculiar e interessante; viva o Amapá!

Definitivamente, não há mais desculpas para dizer que não há coisas interessantes para fazer em Bragança. Bandas promissoras e interessantes, cada uma com suas qualidades e influências, tocando na cidade com preço acessível. Amanhã ou depois, fatalmente uma delas vai ficar (ainda mais) nacionalmente conhecida, vai ser muito falada, e aí você pode se orgulhar e dizer "eles tocaram na minha cidade, eu estava lá".

Por: Thiago Capodeferro

2 comentários:

  1. Galera, foi uma noite mágica mesmo! piramos muitos com Bragança, foi a primeira vez que tocamos NUMA SEGUNDA FEIRA!!!! nem acreditamos...rsrs...as pessoas da cidade são gente fina mesmo! o Quique e o povo do Coletivo são massa! o publico respondeu mesmo e queremos voltar no Dharma logo!!! chamem mais vzs bandas do CFE! abraços!

    Otto Ramos - Mini Box Lunar
    Circuito Fora do Eixo

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  2. Vinnie Vieira - Shangri-lá
    Simplismente magico entrar no palco desacreditado pelo fato de apresentar musicas novas e poucos musicos(por motivos de provas na facul) e conseguir arrancar aplausos do publico que sempre nos apoia muito, e ainda poder tocar e servir de suporte pra duas incriveis bandas como nevil e mbl...
    incrivel...
    thiagão e shell vcs estao de parabens pelo trabalho que estão fazendo por traz dos palcos...

    valeu mesmo...

    até a proximaaaa

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