27 de novembro de 2013

Intermezzo histórico da música instrumental brasileira

Por Mário Pedregoso

É notório o reconhecimento da riqueza e da qualidade que desfruta a música instrumental brasileira, cujas principais características são a originalidade, a criatividade, a capacidade de inovação e de renovação a cada geração.


A música instrumental brasileira consolidou seu lugar de destaque no cenário da música mundial a partir principalmente da década de 60. Isso se deu principalmente com o movimento de internacionalização que muitos músicos nessa época ajudaram a propagar, sendo a bossa nova um dos estilos pioneiro desse movimento. Dentro desse movimento, foram fundamentais a figura de músicos como Tom Jobim, João Gilberto, Luis Bonfá, João Donato, entre outros.


Marcos Suzano

A partir daí uma safra de músicos se aproveitou da abertura de mercado e lançaram carreira internacional não só tocando bossa nova, mas também muitos outros ritmos da música brasileira. Nomes como Moacir Santos, Eumir Deodato, Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos, Raul de Souza, Victor Assis Brasil, Marcos Suzano, Bocato e muitos outros contribuíram para mostrar a riqueza rítmica da nossa música – frevo, samba, maxixe, maracatu, coco, baião, rancheira, embolada etc. Essas gerações de músicos tiveram o mérito de conquistar um espaço sólido para a profissionalização da música instrumental brasileira, contribuindo para alçá-la a um lugar de destaque na música mundial do século XX.


Meno Del Picchia - Trio Improvisado

Atualmente, a cena instrumental, assim como a música brasileira em geral, vem mostrando toda sua pujança com um nova geração de músicos que não para de se renovar. Em grande parte, a riqueza deste cenário está associada a profunda transformação que atingiu a produção de um disco. O maior acesso a tecnologia e o barateamento dos custos de produção fez que muitos músicos sem espaço nas grandes gravadoras e nas grandes mídias pudessem lançar sua música de forma mais independente. A mudança vem contribuir para expandir o universo da música instrumental brasileira na medida em que cria alternativas para além do mainstream, cujo mercado é muito restrito no Brasil. 


Tigre Dente de Sabre

Nomes como Yamandu Costa, Hamilton de Holanda, André Mehmari, Marginal’s, Guizado, Trio Improvisado, Tigre Dente de Sabre e muitos outros têm mostrado em suas apresentações que a música instrumental brasileira desfruta de uma geração criativa e inovadora que merece todo o destaque e reconhecimento.

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