18 de maio de 2014

Cidades Reais

Em tempos de internet e redes sociais digitais, nos distanciamos a cada dia da vida real. Uma falácia? Poderia ser um exagero afirmar que vivemos em um mundo cada vez mais digital, onde as sensações nos são proporcionadas pela tecnologia 3D e não mais pelo contato  físico, mas não o é, infelizmente.


Estamos em estado de alerta. Apesar de estar mais fácil, graças à tecnologia, fazermos denúncias dos mal tratos praticados contra uma cidade, cada vez menos se dá importância à preservação e construção de locais físicos adequados à convivência dos seres humanos, uns com os outros e com o ambiente no qual está inserido.


Somos reais e para que possamos continuar vivos precisamos de um mundo real capaz de suprir as nossas necessidades humanas. Precisamos viver em uma cidade que cumpra essa função, a de nos oferecer a oportunidade de viver com dignidade.


Observamos que as medidas administrativas levadas à cabo para proporcionar o crescimento dos municípios brasileiros vem ao encontro do imediatismo que encontramos no mundo virtual.  A velocidade com que um problema perece ser resolvido, importa mais que o resultado propriamente dito.

Congestionamentos são resolvidos com a construção de pontes, túneis ou rodoanéis, até que o número de veículos não se eleve ao pouco de saturá-los.


Urge que os problemas enfrentados pelas cidades sejam resolvidos de forma eficiente e duradoura, para que seja possível a convivência das pessoas neste mundo que nos oferece os “alimentos” que precisamos consumir para continuarmos vivos.




As cidades de hoje se assemelham à bombas relógios, prestes a explodir, diante da falta de planejamento adequado para o seu desenvolvimento. Desenvolvimento este que não se resume ao aumento do PIB, mas que muito mais do que elevar a quantidade de riquezas circulando, deve estar atrelada à qualidade de vida dos habitantes da urbe.


Precisamos de cidades que possam ser acessadas e fisicamente ocupadas pelas pessoas, de forma que consigam suprir as suas mais diferentes necessidades. Precisamos de municípios planejados para os cidadãos que neles residem. Precisamos de cidades para pessoas.


O Plano Municipal de Mobilidade Urbana, é um instrumento que dará aos Administradores a oportunidade de construir esta cidade real. Ele terá o condão, inclusive, de alterar o Plano Diretor Municipal, para que todos os setores da cidades se desenvolvam com um mesmo objetivo precípuo, o de contribuir para a existência de uma cidade real e sustentável.




Ele deve ser elaborado e enviado ao Ministério das Cidades até 2015, para que o município seja agraciado com verbas federais e estaduais destinada a sua concretização.


Com o fim de que não seja mais um captador de recursos, tão somente, é muito importante a participação popular nesse processo de elaboração. Audiências públicas e debates sobre o tema, serão promovidas pela Administração Municipal e representantes da sociedade civil, participem.


Urge que pensemos a cidade real na qual gostaríamos de estar!


Gabriela Montagnana, Presidente da Comissão de Meio Ambiente - OAB

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