16 de julho de 2011

"Uma noite em 67" + Os Rélpis

Depois de o sucesso de "Pioneiros e Primitivos" + Giant Steps, o "Não É Possível! Cinema e Som" no Festival de Inverno dá vez à era dos festivais. Nesta segunda, dia 18/07 o Cineclube do Espaço Edith Cultura, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo apresenta "Uma noite em 67" +  a apresentação da banda "Os Rélpis".

O “Não é Possível! Cinema e Som” é a versão contemporânea de uma prática que nasceu junto com o cinema: exibições de filmes acompanhadas de apresentações musicais. O resgate dessa técnica tem a intenção de ampliar a experiência audiovisual do espectador, a partir da união de filmes e músicos, que executarão a trilha sonora do filme ao vivo.

Uma noite em 67

Era 21 de outubro de 1967. No Teatro Paramount, centro de São Paulo, acontecia a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Diante de uma plateia fervorosa - disposta a aplaudir ou vaiar com igual intensidade -, alguns dos artistas hoje considerados de importância fundamental para a MPB se revezavam no palco para competir entre si. As canções se tornariam emblemáticas, mas até aquele momento permaneciam inéditas. Entre os 12 finalistas, Chico Buarque e o MPB 4 vinham com “Roda Viva”; Caetano Veloso, com “Alegria, Alegria”’; Gilberto Gil e os Mutantes, com “Domingo no Parque”; Edu Lobo, com “Ponteio”; Roberto Carlos, com o samba “Maria, Carnaval e Cinzas”; e Sérgio Ricardo, com “Beto Bom de Bola”. A briga tinha tudo para ser boa. E foi. Entrou para a história dos festivais, da música popular e da cultura do País.


“É naquele momento que o Tropicalismo explode, a MPB racha, Caetano e Gil se tornam ídolos instantâneos, e se confrontam as diversas correntes musicais e políticas da época”, resume o produtor musical, escritor e compositor Nelson Motta. O Festival de 1967 teve o seu ápice naquela noite. Uma noite que se notabilizou não só pelas revoluções artísticas, mas também por alguns dramas bem peculiares, em um período de grandes tensões e expectativas. Foi naquele dia, por exemplo, que Sérgio Ricardo selou seu destino artístico ao quebrar o violão e atirá-lo à plateia depois de ser duramente vaiado pela canção “Beto Bom de Bola”.


O documentário Uma Noite em 67, dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, mostra os elementos que transformaram aquela final de festival no clímax da produção musical dos anos 60 no Brasil. Para tanto, o filme resgata imagens históricas e traz depoimentos inéditos dos principais personagens: Chico, Caetano, Roberto, Gil, Edu e Sérgio Ricardo. Além deles, algumas testemunhas privilegiadas da festa/batalha, como o jornalista Sérgio Cabral (um dos jurados) e o produtor Solano Ribeiro, partilham suas memórias de uma noite inesquecível.

Gil canta  "Domingo no Parque"

Sinopse

No teatro: aplausos, vaias, um violão quebrado, guitarras estridentes. No palco: os jovens Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sérgio Ricardo. As músicas: “Roda Viva”, “Ponteio”, “Alegria, Alegria”, “Domingo no Parque”. E só um deles sairia vencedor. Isso é Uma Noite em 67, um convite para viver a final do Festival da Record que mudou os rumos da MPB.

Caetano canta "Alegria, Alegria"

Contexto histórico

Entre 1965 e 1972, o Brasil viveu o auge do que ficou conhecido como a Era dos Festivais. Organizados pelas TVs Record, Excelsior, Globo e Rio em forma de programas de auditório, os festivais eram grandes competições da música brasileira que se mostraram capazes de mobilizar a população tanto quanto uma disputa de clássicos no futebol.

Roberto canta "Maria, Carnaval e Cinzas"
Nesses programas, novos compositores e intérpretes ganhavam espaço para mostrar seu talento. Nomes como Elis Regina, Jair Rodrigues, Edu Lobo, Nara Leão, Chico Buarque, Caetano Veloso, Jorge Ben e Raul Seixas emocionaram multidões em apresentações históricas, sedimentaram suas carreiras e ajudaram a fazer a transição do intimismo da bossa nova e do samba-canção para a encruzilhada de possibilidades da MPB. Tradição e modernidade se desentenderam e fizeram as pazes nos festivais – especialmente no da TV Record, de 1967, no qual as tensões políticas do País ajudaram a esquentar uma já quente briga. O saldo da edição foi um violão quebrado, uma MPB inaugurada e algumas canções imortalizadas.

Chico e o MPB 4 cantam "Roda Viva"
 Fonte: http://www.umanoiteem67.com.br/
 
Os Rélpis
 
Banda araraquarense com três anos de estrada, trás na bagagem muito experimetalismo sonoros, um visual que atrai até os olhares menos atentos, passagem por mais de vinte festivais pelo Brasil e dois álbuns (“Cá do meio de lá” e “Do fruto, o escracho monumental caramelizado”). (...)


 Os Rélpis dão sentido à bricolagem artística misturando sonoridades que partem da tradição de música popular ao moderno rock, buscando evidenciar o hibridismo musical que compõe a formação musical da banda de forma hilária e cômica, assim retomam aspectos que lembram o tropicalismo e a antropofagia cultural da década de 60. Essa mescla de elementos musicais variados traz também a "quebra" das categorias que definiriam a identidade da banda, podendo, esta, ser chamada de grupo de "rock", ou de "MPB", ou de "baião", ou de ”blues”, mas sendo na realidade, uma nova expressão de toda essa diversidade que não se caracteriza por delimitar-se dentro de um estilo, mas por flutuar entre diversos estilos.

Fonte: http://www.osrelpis.com/

Serviço:
Não É Possível! Cinema e Som” no Festival de Inverno
“Uma noite em 67” + Os Rélpis
18/07, segunda, às 20h. Grátis
Museu Oswaldo Russomano
End. R. Cel João Leme, 520

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