10 de dezembro de 2013

Embalos e maquinismos

Por Mário Pedregoso

Na terceira noite do “Séries Instrumentais” o público foi privilegiado não com uma, mas com duas grandes apresentações de estilos muito distintos. O contraste entre os estilos não só ressaltou a riqueza da música instrumental brasileira, como serviu também para evidenciar que a música instrumental não é pautada por limites rígidos de gênero. No fundo, a música é uma linguagem universal.

A primeira atração a ocupar o palco foi a banda Cheesehead, que contou com a participação especial de Dudu do Banjo, um dos pioneiros da música instrumental no Brasil. O estilo inconfundível de Dudu comandou o tom do que foi o show: puro balanço. João Della Vecchia no baixo e Matheus Canteri na guitarra, não deixaram por menos e fizeram seus instrumentos swingar do início ao fim. O som agradável e alegre propagou-se pelo Teatro Rural Busca Vida e manteve os espectadores num suave embalo.


Tigre Dente de Sabre

A segunda apresentação iniciou madrugada adentro com a banda Tigre Dente de Sabre. Nada mais adequado para o som ritualístico e cênico da banda. O ritmo hipnótico de uma ‘rave erudita’ domina a plateia logo na primeira música. A partir dali, com suas programações eletrônicas, a performance frenética e alucinante de Gui Calzavara, na bateria e trompete, e Marcos Till, no baixo e sintetizadores, conduziram o público a um catarse coletiva. Pura potência em que o tom épico é dado pelo incessante embate entre a organicidade os músicos e a precisão implacável dos agenciamentos maquínicos. 

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