30 de março de 2012

Sonho ou realidade possível?

Por Daniela Verde, Diretora Executiva do Edith Cultura

Aproveitando o burburinho causado pelo Festival Baixo Centro, que está acontecendo na cidade de São Paulo desde o ultimo dia 23 de março até 01 de abril (programacao.baixocentro.org), como representante do Edith Cultura, peguei uma carona no conceito desse festival para imaginar o que seria ter algo do gênero, no centro de Bragança.

O Baixo Centro “é um festival de rua aberto, colaborativo e independente, organizado por uma rede composta por centros culturais, coletivos, artistas e produtores. O objetivo do evento é estimular a apropriação do espaço público pelas pessoas, motivando-as a uma maior interação com seus locais de passagem, trabalho ou moradia. São mais de 100 atividades, entre exibição de filmes, shows musicais, espetáculos teatrais, oficinas, performances, intervenções de rua e caminhadas. Todos os passos da produção são feitos de forma associativa, aberta e livre. O financiamento também é coletivo e associativo, via crowdfunding e outras formas independentes de arrecadação (leilão, rifa, doações)”.

Foto: Festival Baixo Centro
O Edith esteve presente no Festival no ultimo dia 24, com uma ação cineclubista voltada às crianças residentes na ocupação urbana da Av. Ipiranga. Nossa parceria foi estabelecida junto à Frente de Luta por Moradia. Acompanhando a programação do festival, não só a realizada pelo Edith, mas interagindo com outras propostas dos demais coletivos culturais, imaginei uma ocupação cultural no centro de Bragança, com a participação e união dos coletivos culturais da cidade e abertura para outros que, por ventura, quisessem participar.

Edith Cultura no Baixo Centro. Foto: Marina Amazonas
Nesta cena local, haveria a integração dos espaços centenários que foram fundados com propósitos explicitamente culturais, como é o caso do Clube Literário e Recreativo, o extinto Cine Bragança, a Sociedade Sinfônica, a ASES, a Sociedade Ítalo Brasileira, o extinto Centro Cultural Brasil Estados Unidos - da saudosa D. Helô - e, incluindo também, o projeto do centro cultural (ainda sonho!) que ocupará o prédio do Teatro Carlos Gomes. Imaginei esses espaços abertos ao público e funcionando ativamente de maneira colaborativa, com a participação de jovens, adultos e idosos, que integrariam seus corpos gestores. Os jovens contribuiriam projetando seu impulso renovador que move a humanidade, os adultos ponderando e trabalhando pela integração geracional e os idosos administrando, aconselhando, direcionando as ações, com a troca de experiência da vida conquistada. Imaginei todos esses espaços compondo a ocupação cultural do centro de Bragança como extensão das ruas, o que movimentava o centro, em algum momento da nossa História.

Rolê por Bragança. Foto: Coletivo Rolê

Neste exercício de imaginação, a ocupação do centro contaria com intervenções artísticas desde a igreja e Praça do Rosário, passando pela Rua Dr. Cândido Rodrigues, (uma das mais antigas da cidade e  que ainda guarda resquícios de outros períodos históricos), valorizando a Praça Central, o Grupo Escolar Dr. Jorge Tibiriça, e poderia terminar com mais intervenções artísticas no Largo das Pedras e no Jardim Público. 

 Imaginei um roteiro turístico cultural, onde as pessoas transitariam por espaços públicos e privados pulsantes, cheios de vida, cheios de arte, funcionando ativamente, integrando-se, interagindo-se uns aos outros. Neste lugar, os jovens estariam totalmente imersos e envolvidos em uma cena cultural riquíssima e promissora, a qual poderia se tornar uma realidade bragantina, em um futuro bem próximo, desde que os planejamentos, a gestão dos incentivos e investimentos fossem direcionados aos sonhos coletivos que são possíveis, sim.

É por isso que a partir de hoje o Edith Cultura  abre suas portas para ouvir esses sonhos e ideias e tentar torná-los possíveis. Interaja com a gente através da nossa página no Facebook (http://www.facebook.com/edith.cultura1) e no Twitter (@edithcultura) ou aqui, pelo nosso blog.


2 comentários:

  1. sonhos são apenas sonhos quando se sonha só.
    quando se sonha junto, é realidade!
    Que venha força coletiva, participativa e política às ações do Edith Cultura na cidade!!!

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  2. tudo começa na imaginação! parabéns dani, mulher de sonhos e iniciativas.

    beijo, tábata

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